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Mostrando postagens de março, 2018
Amor que tão longe foste por aqueles dias de outono, quem pode saber a causa do fogo posto na alma? Amor que não suponho ser calma ou rubro desejo. Amor que vive no beijo do além das tardes lavradas. Amor vestido de aves e asas quebradas. __________mariagomes
O poema não é escrito por mim, mas pelo tempo. Eu dou apenas o mote, depois o tempo encarrega-se de o escrever. Eu sou uma mera intermediária nesta arte que a ninguém pertence. _______mariagomes
Amo a música em todos os pontos cardeais. Sem música eu não escreviveria __________mariagomes
Amo os livros. Não terei qualquer pudor em afirmar que os desfolheio e leio como quem faz amor. Depois, custa-me muito despedir de um livro. Eu, às vezes, abraço os livros com o mesmo desejo com que abraço os homens. ______mariagomes
Um livro não se mede a páginas. _______mariagomes
Vivi para sempre quando te amei. Vivi olhando a beleza das coisas. Olhando a cor do outono, o cair da folha... Vi o outono ganhar um dourado céu como uma ave. Nos teus olhos, comovia-me sempre a eternidade, comoviam-me as aves. __________mariagomes
Chove quando menos te lembro. Em todos os poema nomeio a chuva como nomeio os barcos. Junto ao mar... Chove tanto! Docemente, junto aos teus lábios... E ao teu cabelo. A chuva vem de um véu da noite. Vem do ventre das palavras, dos palmares, das brancas mãos que tanto amei. E ouve, ouve,  agora, a água que goteja, ouve meus olhos viajantes pela nudez dos campos. Ouve o espectro desta voz sem nome, sem palavras. Chove. ____________mariagomes
Materna dor a parir sonhos infantes, em teu claro corcel, a rosa que desenhas arde no crepúsculo de todos os dias, na tarde da primeira estrela que brilha quando há céu. ______mariagomes
Schubert oferece-me um pássaro de chuva o céu aberto e sombrio. Um solo pianíssimo. E a melancolia vigia a minha janela. ______mariagomes