Um dia, enlouqueceremos no poema, na dourada alegria do vento. Não saberemos da espada do seio dócil, do corpo materno que nos uniu à terra, às tâmaras, ao sol do inverno. Apascentaremos a palavra noite, a palavra onde se acendem lâmpadas e tuneis de anémonas. E o amor nascerá, devagar, sem nenhum prenúncio, sem nenhuma ausência cavalgando no mar a solidão sombria. Com os nossos dedos, um dia, inventaremos gritos, certos gritos, íntegros e rigorosos gritos e o coração será uma flor, e o amor será pouco para a plenitude das coisas, um dia, mariagomes
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Mostrando postagens de novembro, 2017
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O rio parecia um espelho. Estavam tão quietas as águas, que num tumulto, todas as coisas me ensinavam a tua ausência, A perfeição do teu rosto. A luz do teu cabelo. A brilhante sombra, a serenidade intacta das palavras. Nas tuas palavras poisavam ilhas futuras. Devagar, fazias o tempo. Eras tu o rio. Eras tu o silêncio e o tumulto. Estavam tão quietas as águas. mariagomes
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A morte existe no fundo dos espelhos germina nas imagens mais informes entre paraísos e infernos. É clara e basta. A morte está no poema, na respiração do deserto e no mar. Há na morte um coração muito nítido, uma luz que corre, um luar. Meu amor, a morte é um anjo que passou parado num impossível. mariagomes