Um dia, enlouqueceremos no poema,
na dourada alegria do vento.
Não saberemos da espada do seio dócil,
do corpo materno que nos uniu à terra, às tâmaras,
ao sol do inverno.
Apascentaremos a palavra noite,
a palavra onde se acendem lâmpadas
e tuneis de anémonas.
E o amor nascerá, devagar, sem nenhum prenúncio,
sem nenhuma ausência
cavalgando no mar a solidão sombria.
Com os nossos dedos, um dia, inventaremos gritos,
certos gritos, íntegros
e rigorosos gritos
e o coração será uma flor,
e o amor será pouco para a plenitude das coisas,
um dia,



mariagomes

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog